Minhas aspirações em relação ao culto
Este ano, teremos eleições municipais, onde novos vereadores e prefeitos serão eleitos. Mas eu quero, sem desprezar as eleições, destacar o culto, sobre o qual tenho ouvido diversos comentários.
Sabemos que no culto há uma liturgia que, geralmente, é composta de cânticos, orações, mensagem, avisos. Participam a congregação, o grupo de louvor, regentes, pregadores, músicos, coralistas etc.
Grupo de louvor – Eu tenho um sonho de, no devido tempo, estar à frente de uma igreja, e uma das coisas que proporia seria a transformação (ou até mesma a extinção do grupo de louvor) em um conjunto vocal, que teria participações especiais no culto, mas não dirigiria o chamado “momento de louvor”, pois neste se destaca o grupo e não a congregação e o importante é ouvir os presentes cantarem, tendo à frente um regente. Aliás, tenho saudade dos regentes que, praticamente, estão em extinção.
O grupo de louvor que, geralmente, usa microfone, abafa, em grande parte, as vozes da congregação, e isso não é bom.
Outro detalhe que noto são os dirigentes, ou os que lideram o grupo de louvor, procurar “ministrar” esses momentos, onde falam, pregam, pedem à congregação fazer isso e aquilo, além de, quase sempre, se estenderem bastante.
Então, como já disse, eu daria ênfase a um regente, para que se ouça a voz da congregação, cantando, preferencialmente, hinos dos nossos hinários.
Cânticos – Primeiro, quero dizer que, apesar de não ser um exímio cantor, gosto de cantar. Lembro, com carinho, quando era criança, cantava com meu falecido papai, hinos do hinário luterano e hinos avulsos, de boa qualidade, inclusive em Alemão.
Hoje, temos inúmeros cânticos, além dos diversos hinários, cujas letras são verdadeiros sermões, enfim, mensagens edificantes. Já os chamados corinhos ou cânticos, precisam ser selecionados criteriosamente, pois muitos têm erros de Português, falhas na campo da Teologia, além de frases e afirmações altamente repetitivas.
Como estou falando dos meus desejos em relação ao culto, penso que devemos enfatizar, dar o máximo de valor aos hinos dos nossos hinários, pois além de serem, geralmente, de uma música agradável, tem mensagens profundas e edificantes, que podem ser relacionadas facilmente à mensagem e ao motivo do culto.
O importante também dos hinos dos nossos hinários é que são compostos por gente que domina Teologia e o vernáculo.
Agora, os cânticos avulsos podem ser usados, com a devida seleção, nas atividades feitas nos lares, nos pequenos grupos, por serem, geralmente, menos extensos, consequentemente, mais fáceis de decorar.
Mensagem – Há poucos dias, terminei de ler o livro “Piedade e Paixão”, cujo subtítulo é “A vida do ministro é a vida do seu ministério”, do pastor Hernandes Dias Lopes, que destaca a piedade, a fome por Deus, a fome pela Palavra de Deus, a unção, e a paixão do ministro da Palavra, trazendo informações muito pertinentes aos pregadores de nossos dias.
Sei que alimentar um rebanho é uma tarefa sublime. Deve ter, portanto, esse desejo de ser o norte, o referencial e jamais tentar ser um momento exibicionista, de entretenimento.
A mensagem também deve ser didática, tendo um título claro, e a devida divisão em tópicos, para que os ouvintes, ao mínimo, possam memorizar os pontos principais.
Agora, um dos grandes desejos é apresentar uma mensagem que destaque o amor de Deus, a salvação pela graça, o favor imerecido de Deus, enfim, uma palavra, um sermão que enfatize o que Cristo fez por nós, pela humanidade, sem ser digno disso, dando, assim, toda honra e glória quanto à salvação, ao nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, tendo como objetivo levar os ouvintes a jamais pensarem ou entenderem que a salvação é pelas obras, mas pela graça remidora de Jesus (Rm 3.28; Ef 2.8,9; Gl 2.16).
Culto não é show – Culto para mim é algo solene e reverente, onde a nossa razão deve encontrar um ambiente propício para “dar” algo sensato, e “receber” também o que se necessita para o cotidiano, e para isso o ambiente precisa contribuir.
Durante o culto, também não se deve estimular os participantes a “se cumprimentarem uns aos outros”, pois isso gera um irreverência. Tal momento, deve acontecer após o culto, quando também deve reinar o silêncio, quero dizer, ninguém, após o culto, deve estar cantando ou tocando, para que as pessoas possam se comunicar sem dificuldades.
Já fiquei bastante triste quando indiquei uma igreja para uma pessoa nova na fé, e ela me dizer que não foi mais naquela igreja após uma pessoa ter “gritado duas vezes perto dela”.
Como podemos ver, vários fatores devem contribuir para um culto racional e proveitoso.
Você deseja participar de um culto assim? Em caso afirmativo, ore para que se concretize!
Pr. Carlos Trapp
Ir Carlos, coerente, muito correta sua avaliação. A reverência permite ouvir os sussuros do espírito e o caminho para revelação pessoal, é também quando Espírito Santo confirma a veracidade do que foi dito ou pregado.
Parece-me que sua visão foi concretizada hoje.
Um abraço
Irmão Bagatoli, obrigado pela leitura e avaliação.
Entendo que a disciplina precede o conhecimento (Pv 12.1), por isso deve haver disciplina, ordem e reverência no culto.
Além disso, o nosso Deus é digno do melhor, por isso não devemos realizar o culto de qualquer forma, e também não devemos fazer algo para entreter os participantes.
Que Deus ajude a cultuá-lo de modo apropriado!