Tragédias nas estradas brasileiras
Eu, a Simone, e a minha mãe (hoje, dia 10 de abril, a mamãe já está no Paraná, com minha irmã), temos o hábito de levantar cedo e tomar chimarrão. Geralmente, dá tempo para ler a devocional antes do programa Bom dia, Brasil, que começa às 06h30.
No dia 07 de março, ao assistir o programa, nos deparamos com um comentário do Alexandre Garcia, sobre as mortes no trânsito, que ocorreram nos dias de carnaval, que transcrevemos aqui:
“A falta de cuidado e a imprudência se refletiram nas estradas. As estatísticas das rodovias federais e das estaduais de São Paulo são uma pequena amostra do que acontece no Brasil inteiro. Os mortos durante seis dias do feriado de carnaval só nas BR e estradas estaduais de São Paulo são quase 200, em um pouco mais de cem mil quilômetros.
Projetando para o total das federais e estaduais, que somam 1,7 milhão quilômetros, seriam 3,4 mil mortes, durante os seis dias, sem contar o que teria acontecido nas rodovias municipais e nas vias urbanas. Uma matança sem igual nas regiões mais conflagradas do planeta.
Pelos pagamentos de indenizações do DPVAT, são 60 mil mortes por ano – 164 por dia em média. Os Estados Unidos tem o triplo de veículos e metade das mortes no trânsito. O Japão, com o mesmo número de veículos que o Brasil, tem 4,8 mil mortes por ano.
Só nas BR, durante o Carnaval, houve 1.823 feridos. Não se sabe quantos ficarão com sequelas. Pelo DPVAT, no ano passado, 444 mil acidentados ficaram com invalidez permanente – são 1.217 inválidos por dia. A maior parte homens e com menos de 35 anos.
Alguma coisa está muito errada no asfalto brasileiro e na nossa reação. Parece que nos acostumamos com a tragédia.”
Chamo a atenção a comparação que o Alexandre faz do Brasil com os EUA e o Japão. Por que aqui acontecem muito mais acidentes? O Japão, por exemplo, tem o mesmo número de veículos, mas tem apenas 4,8 mil mortes por ano. Por que será? Alguém pode argumentar que as estradas japonesas são melhores, e eu creio que realmente sejam, mas não é apenas isso; tem a ver com nosso comportamento.
Aliás, antes de entrar nesse assunto, tenho que dizer que isso é algo espinhoso, pois grande parte de nosso povo pensa que somos “os bons”. No futebol, na alegria, na espontaneidade, na descontração, e assim por diante. É claro que há virtudes em nosso meio, porém há também coisas muito nocivas, que resultam nos dados desastrosos acima citados.
Qual seria, então, o comportamento que nos leva a esses dados alarmantes?
Bem, nós nos gabamos que somos bons no futebol, ou seja, somos bons de “pernas”. Mas eu pergunto: Será que somos bons de “cabeça”? Quero dizer, gostamos de estudar?
Veja, para estudar você precisa de um ambiente propício, ou seja, o silêncio, a quietude para ouvir e aprender o que o professor diz.
Agora, o que tenho visto nos meus anos de estudo, que muitos, não gostam de estudar, não dão valor ao saber, preferindo gazear a aula e recrear-se. Ora, isso demonstra superficialidade, falta de seriedade, fato que tem muito a ver com os acidentes de trânsito.
Outro fato que chama à atenção, é a irreverência. Reparem a torcida nos estádios, e até nossos parlamentares nas casas de leis, sem falar dos próprios cultos que são cada vez mais estrepitosos, com raras exceções. Ora, nossa mente, para pensar apropriadamente, precisa que o nosso corpo propicie uma situação favorável, que não se encontra numa conduta ruidosa, de fala superficial, cheia de gargalhadas. O Dr. Luiz Ovando costuma dizer: “Muito riso, pouco siso”.
Agora, como eu já disse, a conduta disciplinada, ordeira, propícia, tem inimigos em nosso meio, pois não faltam pessoas que zombam de uma conduta contida e mais séria.
Até a família falha nessa questão, pois muitos já estão indo atrás de políticas nocivas quanto à disciplina, não usando mais a vara em relação aos filhos. Isso faz com que deixem de observar limites, fato que é muito importante no trânsito, para evitar acidentes.
Bem, o que devemos escolher para evitar os resultados nas nossas estradas, que tem a ver com nossa conduta, já sabemos.
Então, vamos resumir o que nos falta: disciplina, amor ao conhecimento, seriedade, domínio próprio, limites, humildade para reconhecer nossos erros.
Sabendo dos nossos problemas e do que nos falta, vamos tentar corrigir isso para reverter esse quadro dramática em nossas estradas.
Aliás, a solução ainda envolve uma visão bem ampla, pois geralmente pensamos que apenas devemos pregar o Evangelho, e que os convertidos devem se comportar bem, e os demais podem agir de qualquer jeito. Digo não para isso, pois todos devem se portar adequadamente.
Pr. Carlos Trapp
Deixe um comentário