Culto ou Show? É Hora do Espetáculo!
Quando Charles Spurgeon nos advertiu a respeito daqueles que “gostariam de unir igreja e palco, baralho e oração, danças e ordenanças”, foi menosprezado como um alarmista. Mas a profecia se cumpriu diante de nossos olhos.
As igrejas modernas são construídas assemelhando-se a teatros. Em lugar do púlpito, o enfoque está no palco. As igrejas estão contratando especialistas em mídia, consultores de programação, diretores de cena, professores de teatro, peritos em efeitos especiais e coreógrafos. Tudo isso não passa da extensão natural de uma filosofia norteada por marketing seguido pelas igrejas.
Afinal, a maior competição para a igreja é um mundo repleto de diversões seculares e uma gama de bens e serviços mundanos. Portanto, dizem os especialistas de marketing, jamais conquistaremos as pessoas até que desenvolvamos formas alternativas de entretenimento a fim de ganhar-lhes a atenção e a lealdade, desviando-as das ofertas do mundo.
Desta forma, esse alvo estipula a natureza da campanha de marketing. E o que há de errado nisso? Por um lado, a igreja não deveria mercadejar seu ministério, como sendo uma alternativa aos divertimentos seculares (1Ts 3:2-6). Isto acaba corrompendo a verdadeira missão da igreja.
Não somos apresentadores de carnaval, ou vendedores de carros usados, ou camelôs. Somos embaixadores de Cristo (2Co 5.20). Conhecendo o temor do Senhor, motivados pelo amor a Cristo, tendo sido transformados por Ele, imploramos aos pecadores que se reconciliem com Deus.
Em lugar de confrontar o mundo com a verdade de Cristo, as megaigrejas norteadas por marketing estão promovendo as piores técnicas da cultura secular. Alimentar o apetite das pessoas por entretenimento apenas agrava o problema das emoções insensatas, da apatia e do materialismo.
É difícil conceber uma filosofia de ministério mais contrária ao padrão que o Senhor nos confiou. Proclamar e expor a Palavra, visando o amadurecimento e a santidade dos crentes deveria ser o âmago do ministério de toda igreja. Se o mundo olha para a igreja e vê ali um centro de entretenimento, estamos transmitindo a mensagem errada. Se os cristãos enxergam a igreja como um salão de diversões, a igreja morrerá.
Uma senhora, inconfor-mada com sua igreja, que tinha abraçado essas excentrici-dades modernas, queixou-se: “Quando a igreja vai parar de tentar entreter os bodes e voltar a alimentar as ovelhas?”. Nas Escrituras, nada indica que a igreja deveria atrair as pessoas a virem a Cristo através do apresentar o Cristianismo como uma opção atrativa.
Quanto ao evangelho, nada é opcional: “E não há salvação em nenhum outro; porque debaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). Tampouco o evangelho tem o objetivo de ser atraente, no sentido do marketing moderno. Frequentemente a mensagem do evangelho é uma “pedra de tropeço e rocha de escândalo” (1Pe 2.8). O evangelho é perturbador, chocante, confrontador, produz convicção de pecado e é ofensivo ao orgulho humano. Não há como “fazer mar-keting” do evangelho bíblico.
Aqueles que procuram remover a ofensa, ao torná-lo entretenedor, inevitavelmente corrompem e obscurecem os pontos cruciais da mensagem.
John MacArthur
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